domingo, 17 de julho de 2011

Só Leia se Desejar Aprender a Ser Feliz


Hoje é sexta-feira, dia em que tiro à tarde para aconselhar pessoas na igreja. Eu recebo também aqueles que precisam de ajuda no meu escritório, e estes se constituem a maioria. Acho que as pessoas não gostam de ir ao gabinete pastoral para não serem vistas, afinal, é bom sempre manter as aparências. Ou não...

O bom conselheiro é aquele que ouve muito e fala pouco. Não raras vezes, as pessoas falam por 30 ou 40 minutos e eu uso apenas 5 para me colocar. Acho curioso quando, ao final, depois de orarmos, ouço o seguinte: “pastor, foi maravilhoso vir hoje aqui, o Sr. me ajudou muito”. Dou um pequeno sorriso e despeço-me cordialmente. Na verdade, em nossa sociedade, as pessoas precisam apenas ser ouvidas...

Curioso, mas todo mundo que vem para o aconselhamento trás uma questão em comum: deseja ser feliz. É legítimo, razoável, desejável, mas, quase nunca, alcançável, pelo menos não do jeito que eles imaginam. É que a felicidade, ao contrário do que se pensa, não é um estado perene na existência, mas uma estação sazonal. A vida é mais feita de dores e perdas do que de risos e conquistas. E isso, eu lhe garanto, se você ainda não aprendeu, aprenderá.

Gosto muito do livro de Eclesiastes. Acho que, no velho testamento, é um dos meus preferidos. Construído em linguagem poético-sapiencial, escrito por um sábio com consciência epicurista, Eclesiastes nos chama a analisar a vida como ela é, sem disfarces, sem contornos religiosos, sem melodramas, tudo preto no branco.

É nesta perspectiva que, no capítulo 9, o filósofo-religioso nos dá alguns conselhos para alcançarmos a felicidade. Não sei se servirá para você, acostumado aos “10 passos para isto ou aquilo”, ou aos manuais de auto-ajuda, ou a teologias complexas, mas, para mim, pobre de espírito, quebrantado de coração, caiu como “uma luva”.

1º. Conselho – “Portanto, vá, coma com prazer a sua comida, e beba o seu vinho de coração alegre, pois Deus já se agradou do que você faz”. Em outras palavras, o melhor da vida está nas coisas simples. Comer é privilégio para poucos, pois nem mesmo os ricos o podem fazer. Estes estão sempre apressados, quase não tem tempo para se alimentar, comem no fast food, no McDonalds, pedem comida Chinesa, entregue numa caixa de papelão, e se alimentam na mesa de reunião do escritório.

Comer pão e vinho nos remete a simplicidade, e o simples, como sabemos, é o contrário do fácil. Além do mais, eles representam elementos cúlticos, ou seja, comer é dádiva de Deus, se alimentar é resultado do esforço do homem. O pão dos justos Deus o dá enquanto eles dormem, diz o salmista.

A verdade é que nós complexificamos muito a vida. Tornamos o essencial relativo, e o supérfluo essencial. Tenha certeza de uma coisa: se você conseguir se livrar da metade das contas que paga por serviços e produtos que não lhe farão falta, viverá muito melhor do que vive hoje. Bertrand Russell escreveu: “Não possuir alguma das coisas que desejamos é parte indispensável da felicidade”. Sim, se vivermos assim, Deus se agradará das nossas obras.

2º. Conselho – “Esteja sempre vestido com roupas de festa, e unja sempre a sua cabeça com óleo”. Traduzindo: viver deve ser algo prazeroso, mas, tome cuidado, a falta de equilíbrio pode fazer da existência uma experiência doentia e patológica.

Deus gosta da alegria, da festa, da música, da dança, do prazer, do riso e da satisfação. Quem disser o contrário, não o conhece, tem por referência um holograma caricaturado da sua própria projeção psicológica do sagrado, talvez associada a uma figura de autoridade próxima, não raro, um pai dominador, severo e inafetivo.

Ora, a vida nos foi dada para que a experimentássemos em todos os seus matizes, para que pudéssemos nos realizar e ter prazer e alegria. O cristianismo, infelizmente, mudou esta perspectiva que, notadamente vemos em Jesus, transformando-se numa religião asceta, que busca a ataraxia, a mortificação do eu, a sublimação do ser. Mas o que sei é que a Verdade liberta, torna-nos seres em expansão, não só do pensamento mas das sensações, pois “tudo é puro para os puros”.

O problema não está em viver com “vestes de louvor”, cingido de alegria, envolto com “ares de festas e luas de prata”. Não. O problema está no exagero, no excesso, na extravagância, no prazer pelo prazer, na tentativa de fazer a alma se saciar com aquilo que não gera a paz nem produz o bem. Por isso nossa cabeça precisa estar untada com óleo, pois óleo, neste texto, significa aquele elemento que produz cura, que sara feridas, que protege nossa consciência e nos traz de volta a razão. É o óleo do Espírito, derramado em nossos corações, que sara as seqüelas produzidas pelas experiências dolorosas da existência humana. Por isso, no que depender de você, nunca permita que ele deixe de cair sobre sua fronte.

3º. Conselho – “Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido... Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol”. Aqui a intenção do autor é nos alertar que a coisa mais preciosa que temos são as relações de amor que construímos. Relacionamentos são eternos, perpassam da vida para a eternidade, tudo o mais fica aqui, pois diz o sábio, “ao morreres levarás tudo o que és e deixarás tudo o que tens”.

Apaixonar-se por alguém é o que há de melhor na vida. As pessoas mais felizes que conheço são aquelas que construíram relações duradouras, que conseguiram unir o amigo e o amante na mesma cama. Por isso o sábio diz que nem mesmo aquilo que o dinheiro pode comprar é capaz de sobrepujar-se a satisfação de se ter alguém a quem amar, alguém a quem se possa entregar a alma, o copo e a vida.

4º. Conselho – “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria”. Aqui o sábio nos chama a um encontro com o inevitável, a um encontro com o Deus Eterno!

A vida é feita de escolhas. Devemos e podemos realizar tudo aquilo que nos for possível, mas sem perder a referência de que tudo isto um dia passará e, portanto, nosso coração não deve estar naquilo que produzimos, mas em quem estamos nos tornando. Se esta perspectiva não for assumida na vida, se nossa existência se resumir a vivermos para trabalhar, e não a trabalharmos para viver, o que nos espera será apenas o nada, o não-ser, pois existir fora de Deus é tornar-se absurdo.

Para mim, isso é inferno. Inferno não é um lugar, mas um sentir. Todo texto sobre o tema é metafórico, recortado por alegorias. Quem imagina o inferno como um caldeirão com óleo fervendo e um “capeta” lhe espetando com um tridente não tem qualquer entendimento sobre a bondade e misericórdia de Deus.

Sabe o que é inferno? É toda existência que ignora a graça, é viver para si mesmo, é nunca perceber-se necessitado de perdão, é endurecer-se a tal ponto que a centelha que produz o arrependimento nunca possa ser acesa. Há tanta gente que “ama” a Deus com medo do inferno que, se chegar ao céu e descobrir que ele não existe, pelo menos do jeito que imaginam, irão reclamar de Jesus por não terem vivido a vida, mas apenas amordaçado o ser.

5º. Conselho - Já me disseram que se conselho fosse coisa boa não era dado e sim vendido. De fato, depois de 30 anos de caminhada, isso me faz todo sentido. Mas como eu recebi de graça, de graça também quero repartir. Gandhi afirmou: “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.” Por isso, se o que disse lhe servir para alguma coisa, aplique a vida, faça o caminho, e o Caminho se fará em você. Se não te aproveitou em nada, sigas em paz.

(Carlos Moreira)

Quantos Pontos Você Têm?

 
 
Um homem morre e vai para o céu. Quase. Em frente aos imensos e imponentes portões dourados é recepcionado por S. Pedro.

- São Pedro?! – diz o homem admirado; que alegria de te conhecer! Mas, diga-me, que mais preciso para entrar por estas portas?

São Pedro desconfia, e começa a explicar:

- Ninguém pode passar por estas portas se tiver qualquer dívida com Deus; significa que você precisa atingir 100 pontos para entrar... Se você atingir os 100 pontos, sua divida estará paga, e você entra...

- Beleza! Eu frequentei a Igreja todos os Domingos!

- Muito bom; isso vale dois pontos! Algo mais a dizer?

- Humm... Todos os meses entreguei 10% de toda minha renda para a Igreja!

- Bom! Muito bom! Mais dois pontos...

- Legal, né? – empolga-se o homem; eu até coloquei um diploma de dizimista na parede da sala!

- Diploma de dizimista? – admira S. Pedro; bem, isso vai te custar menos 10 pontos; agora você deve 106!

- E que tal isso – insiste o homem; ajudei os pobres, preguei em presídios e escrevi no Genizah!

- Admirável! Dois pontos por cada, agora você só deve o que sempre deveu: 100!

- E eu também fui batistão renovado reformado sublapsariano a vida toda! “Agora eu viro esse jogo”, pensa confiante.

- Que isso tem haver? - pergunta São Pedro, que minutos antes havia aberto os portais a um pentecostal que só sabia assinar o nome e citar S. João 3.16.

- E o senhor por acaso conhece alguma tradição cristão melhor?

- Humm... Veja, isso vai te custar menos 100 pontos, agora você deve o dobro!

- Menos 100 pontos?! Mas assim não dá São Pedro! – desespera-se o homem; desse jeito a única forma de eu passar por estas portas será pela Graça de Deus!

São Pedro abre um sorriso e comenta:

- Porque você não disse logo? Pode entrar!

“E o Deus de toda a Graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá!” (I Pedro 5.10).

“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da Graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno!” (Hebreus 4.16).

“Veio, porém, a Lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a Graça!” (Romanos 5.20).

“Porque pela Graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus!” (Efésios 2.8).
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna!” (Tito 3.5-7).

(Marcelo Lemos)


Alterar a Agenda não Significa Transformar a Consciência

 
 
Quando alguém aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, não percebe, de imediato, o milagre que se realizou silenciosamente em seu ser, o desencadeamento de todo um processo interior e espiritual em proporções inimagináveis.

Através da iluminação do Espírito Santo, que produz a consciência de pecados, nascemos de novo, recebemos o próprio Espírito em nossas vidas, apropriamo-nos da remissão de pecados – mediante o sangue do Cordeiro – somos justificados pela fé, pois cremos com o coração e confessamos com a boca a Jesus, e, a partir de então, começamos a viver os prenúncios da eternidade, pois nossa consciência começa a ser reelaborada a partir da matriz de valores do Evangelho, o que nos leva a praticar atos de justiça.

O processo de santificação, que é este desafio de, no caminho encarnarmos “O Caminho”, é algo que vai sendo gestado de dentro para fora, das percepções para as ações, dos conteúdos para a prática, algo que permite com que carisma e caráter caminhem lado a lado, harmonizem-se com a finalidade de construção de um novo ser, pois, como disse Proudhon, “a revolução sucede à revelação.

Isso fica bonito num texto religioso-filosófico, mas, na prática, a realidade é outra. O que tenho visto, nas últimas décadas, é que o “evangelho” não produz mais aquilo que deveria produzir, ou seja, ou ele perdeu a sua eficácia com os anos, ou o que estamos pregando é um outro “evangelho”!

Sinto uma alegria indescritível quando encontro alguém que me relata ter tido recentemente uma experiência com Deus através de Jesus Cristo. Por outro lado, minha alma é invadida por uma imensa tristeza, pois sei que há grandes chances desta pessoa se tornar uma vítima da engrenagem das instituições religiosas, pois, como disse Nietzsche, “Deus está morto e o seu túmulo é a Igreja".

Quando o filósofo escreveu esta sentença, estava diante de uma religião perversa, a qual havia criado um “deus” caricaturado, um ser absoluto e indiferente. “Matar” Deus, significava extinguir o dogma, o conformismo, a superstição e o medo, era a proposta da não imposição de “regras”, as quais impediam a transcendência do ser, sua auto-afirmação, sua busca por elevação em sua saga existencializada.

O que vejo em nossos dias é que as pessoas “desembarcam” nas comunidades, às vezes oriundas de movimentos, outras após aceitarem o convite de amigos ou parentes, em algumas situações após terem levantado a mão num “apelo”, seja como for, e, a partir daí, iludidas pelo "sistema", começam a imaginar que a vida cristã significa apenas uma mudança na agenda, e não uma transformação na consciência!

O “novo convertido” inclui em sua programação semanal um culto dominical, uma reunião de oração, a participação em um pequeno grupo, ou mesmo num movimento, e pronto, toda a sua vida está rearrumada! Agenda refeita, lá vai o novo “crente” “mundo a fora”, ano após ano, e nada do que ele faz é capaz de produzir transformações significativas em seu ser – reestruturação emocional, ressiginficação conjugal, reelaboração familiar, renascimento espiritual, redirecionamento profissional.

É que o sujeito, não raro, apenas trocou o bar pelo pequeno grupo, o cinema pelo culto, a praia pelo movimento e a palestra pela reunião de oração. Ele mudou a agenda, mas não mudou o coração. Em alguns anos, irá sentir-se totalmente esvaziado de propósitos e significados, viverá uma fé epidérmica, uma espiritualidade não-sustentável, se decepcionará com a Igreja, ou, talvez, até com o próprio Deus, irá tornar-se um “esquentador de banco”, freqüentador de reuniões que possuem, como único objetivo, purgar de sua consciência um sentimento de culpa por ter se tornado um ser sem emoção, sem reverência, sem devoção.

Termino com Karl Jaspers, filósofo e psiquiatra alemão: “a verdadeira existência é a possibilidade de transcender a situação na qual nos encontramos”. E eu, na minha insignificância, fico pensando: e se não for isso, então, o que será?

(Carlos Moreira)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sete dicas para manipular uma igreja

Pode até parecer hilário, mas essas dicas são uma coletânea de várias presepadas gospel que já presenciei de perto, ao vivo e a cores, nesses anos em que tenho me dedicado ao Evangelho.

Para vice-deuses, pai-póstolos, mãe-póstolas, apóstolos, bispos, pastores, presbíteros e todos os interessados em ter um culto e uma comunidade atraente, que se renda aos seus pés sem questionamentos nem argumentações.

Porque me limitei em 7? O 7 é um número profético, o número da perfeição e dá sorte. He!He!


1ª Contrate cantores gospel que mexam com as emoções. Não se importe se o cachê for o olho da cara, o importante é tocar no mais profundo dos sentimentos e fazer o povo chorar, rir, gritar, andar de quatro na unção do leão, do cachorro, do macaco, etc. O povo gosta de dinamismo, e se não tiver “baderna” santa que traga diversão, você vai ser chamado de caretão!

2ª Seja um “Expert” em invenções sobrenaturais. Aprenda urgentemente a elaborar “Profecias, Revelações, Visões, Línguas Estranhas, Unções do Paletó e do Sopro Divino”, e demais peculiaridades do gênero. Isso é tiro e queda. Não se esqueça que quando estiver operando esses “dons”, tem de passar credibilidade, e para isso, chore, faça cara de contrito, dê alguns pulinhos, e se possível, arrisque até salto mortal ou golpes de Jiu-Jitsu evangélico. AH! E o mais importante: Diga em alto e bom tom: “ASSIM DIZ O SENHOR!

Quando for pregar, seja astucioso. Use texto fora do contexto com pretexto, porque assim você consegue colocar cabresto. Seja fanfarrão mesmo, de carteirinha. Por exemplo: Se você gosta que as pessoas reajam as suas pregações, use o texto de Atos 12:21-23 e diga que quem não berrar glória à Deus nem aleluia, vai morrer sendo comido de bicho como foi Herodes. Para que seus asseclas não se aprofundem nas escrituras e descubram sua superficialidade, use o texto de 2ª Coríntios 3:6 e diga sistematicamente que a letra “mata”, mas o Espírito vivifica. Se você é do tipo que não gosta de modernismos na indumentária nem na aparência dos seus súditos, sugiro que sublinhe em sua Bíblia textos como: Levítico 19:27, 1ª Pedro 3:3 e Eclesiastes 1:2. Esses são os melhores para você fazer uma lavagem cerebral e dizer que não pode cortar cabelo, usar jóias, passar maquiagen, jogar futebol, pois afinal, “tudo é vaidade”!

4ª Promova campanhas de prosperidade diariamente. Se você quiser, existem até empreendedores evangélicos que vendem “KITS CAMPANHA” pronta entrega, com pontos de contato inclusos como: (cruzinha, rosinha, estacazinha, sabonetinho, perfuminho, etcétarazinha) é show! Na Segunda faça a corrente da empresa própria, terça da fazenda própria, quarta da casa própria, quinta do jatinho próprio, sexta do iate próprio, sábado da ferrari própria, e no domingo, pra torcer o braço de Deus sem dar chance à Ele de dizer não, oriente-os a fazer o sacrifício pessoal, dar o tudo deles (o leite da criança, a passagem do ônibus, até as calças se necessário) exigindo seus direitos. Ah! Sua igreja vai ficar lotada todos os dias de crente centrado em si mesmo, de consumistas selvagens em nome de gezuis!

5 ª Seja frenético, especialize-se em ato profético. Junte um pessoal e bata 4 estacas nas 4 extremidades de sua cidade e leve seu povo a bradar: “Essa cidade pertence ao Rei Jesus”, 21 semanas sem falhar. Você vai motivá-los a orar pela cidade. Faça o cerco de Jericó em volta de sua Igreja e dê sete voltas com a turba clamando: “As muralhas vão cair”, você notará a diferença no evangelismo, pois eles derrubarão as portas das casas se preciso for para falar de Jesus. Se sua região tem influências demoníacas, alugue (para aqueles que não pertencem ao ministério do “MALACHEIA” nem do “NABUCOTERRANOVA” e não podem comprar) um helicóptero ou um teco-teco, arregimente sete apóstolos vestidos de branco (se não tiver os dito cujos pode baixar o nível e usar até os diáconos da Igreja se preciso for), mas não se esqueça de levar um barril de azeite de Israel e orientá-los a lambrecar a cidade do alto gritando: “Sai Exu Boiadeiro em nome de gezuis”. Vai ser sucesso absoluto, renderá até primeira página de Jornal, e você se tornará o herói deles!

6ª Seja um difusor do cristianismo judaizante. Do evangelho meia boca. Nem lá nem cá. Um pé no velho e um no novo testamento. Objetos como: candelabro, arca da aliança, bandeira de Israel, são indispensáveis para a decoração do seu templo/tabernáculo hebraico. Convide ativistas do hebraísmo que flertam com o cristianismo, para serem preletores em dias de festa. Eles carregam consigo um ar de espiritualidade diferenciada. Se você precisar eu conheço um que vem a caráter. O cabra é “bão” e tem a unção do “Pedala Robinho”, derruba gente de montão. A tira-colo vem um outro com Shofar, e a hora que o menino sopra o instrumento, é um “xororô” danado. É sapato de fogo, aviãozinho, unção da lagartixa, o frenesi come solto, e o povo é estuprado psicologicamente pedindo: “Eu quero é mais!”. Se pelo menos uma vez por ano você trazer um desses ao seu aprisco, o povo será “RÉ-NOVADO”, e você ganha a confiança de todos com a credencial de “Pastor Espiritual”.

7ª Matricule-se em um curso de artes cênicas. Faça do altar um palco, do templo um circo, do povo uma platéia passiva. Aqui não existe nada fixo. Alterne os papéis. Se preferir pode fazer o gênero “Dramalhão”, que está sempre na provação. Tens a opção também junto a ala feminina do “Brad Gospel”, aquele que conquista só no olhar (é claro, se não fores o rascunho do mapa!). Existirão dias em que você poderá encarnar o velho e saudoso “BOZO”, e fazer a galera se borrar de rir. Experimente também o “David Copperfield”, invente e faça desaparecer tumores malígnos que nunca existiram. Está bem na moda também o “Dr. Hollywood”, lipoaspiração pentecostal. Ou uma última sugestão: “O ghostbuster”, faça campanhas do descarrego, corredor do sal, contrate alguns endemoninhados profissionais, e coloque os “bicho” de ponta cabeça pra igreja ver o quanto você é fera! Eles irão temê-lo e reverenciá-lo!

Depois de seguir essas 7 dicas, você está apto e credenciado a “Déspota Espiritual”. Parabéns!


Mas não se esqueça que também ouvirá:
“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi, abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” Mateus cap. 7 vs 21 ao 23.

( Franklin Rosa)